quarta-feira, 20 de julho de 2011



Tanto e tanto por te dizer... as palavras não são suficientes para tal... parece que quanto mais tento dizer, mais engasgado fico. Normalmente, é nessa altura que te beijo e que te abraço...
É nessas alturas que ficamos no silêncio a observar... Não há um dia em que não sinta necessidade de te dizer o quão especial és para mim. O quanto cresci contigo, o quanto espero continuar a viver. A cada amanhecer sinto-me apaixonar de novo por ti. A cada anoitecer amo-te de perdição. Tanto e tanto por dizer... Tanto que contigo quero fazer. És parte de mim. És o fogo que me aquece quando estou com frio, és a mão que quero segurar enquanto envelheço, és a minha costa quando me perco no mar. És a única coisa em mim que eu gosto. Amo-te tanto... O mundo pode ruir, os rios correrem ao contrario quero ficar contigo. Quero um dia olhar para trás e sentir que vivi uma vida plena de felicidade, com as pessoas que mais amo e possa morrer pacificamente e permite-me um pouco de egoísmo... quero morrer uns escassos centésimos de segundo antes de ti... para nunca mais viver sem o teu amor...
É a primeira vez que posto uma foto real neste espaço, a escolha foi muita e variada, de sorrisos rasgados, a momentos inesquecíveis, optei por esta... Lembraste?
A primeira foto... A primeira de muitas...
Quero olhar o universo em teu redor, brilhando na vida!
Amo-te tanto...
As palavras continuam a não ser suficientes para te mostrar o quanto te amo e qualquer tentativa de o fazer resultará em frustração... nada, nada mesmo se iguala ao teu beijo e ao teu abraço.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

"Céus..."

Amo-te...Céus como te amo! Por entre zangas e desavenças sei o quanto te amo! Sei o que quero para nós! Amo-te! Céus como te amo! Como te quero para mim e só para mim, numa vontade suprema de te sentir sempre comigo. Em mim! Em ti! Em nós! Nos pequenos detalhes! Numa mensagem matinal, num cruzar de olhos. Num pequeno toque de mãos! Não sei o que nos reserva o futuro. Não sei o que nos trará o amanha! Não sei.  Sei que neste momento sou teu. És minha. Somos nós! Eu e tu! Unidos na mesma chama! No mesmo amor! Em algo bonito bem mais que chama, bem mais que amizade, bem mais que amor, algo bem maior, algo superiormente interessante. Há dias que tentava desbloquear e escrever-te. Sim, queria escrever-te! Algo perfeitamente singelo e inutil como um texto. Mas este não é inutil. Este é teu. Este é um texto para ti. Céus... Amo-te tanto!


terça-feira, 7 de setembro de 2010

"Quem..."



"This is a place that make my lens shake. One of my favorites. When most people look at this picture of a 35 ft face they think of death. But in the middle of every beast there is a heart. LOOK IN THE TUBE AND YOU WILL SEE THE HEART."


Quem Morre?
Pablo Neruda

Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um
redemoinho de emoções,
justamente os que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.

Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

"...a música, os livros e as palavras..."

O Silêncio... O silêncio é tudo o que eu consigo suportar. Tudo o que quero. Tudo o que desejo...
Estou cruel, frenético e exigente. A raiva do ruído apodera-se de mim. A confusão dos livros acomoda-se na minha mente. Não tolero o livro mais simplório nem a música mais banal. O meu cérebro agita-se e faz-me isolar. Chega de música, chega de livros, chega de frases simples ou frases complexas, chega de melodias, harmonias ou outras sinfonias, chega de palavras, letras e até pontuação, chega de reflexões, introspecções e até interrogações, chega da banalidade, chega da monotonia de pensamento, temos que apontar para a excelência individual, para a superação do nosso eu. Chega de música, chega de livros...
Chega de não nos ouvirmos pensar...
Chega de ruido... tem agora a palavra o nosso cérebro. Alimentemo-lo... para que nunca tenhamos necessidade de gostar do ruido e da banalidade que o nosso mundo nos rodeia.
O Silêncio espiritual para que possamos apreciar na totalidade tudo o que neste momento quis fazer desvanecer.
A música, os livros e as palavras...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

"...a ausência..."

A ausência de palavras minhas aqui neste espaço, não indica que signifiques a cada dia menos para mim. Não significa sequer que eu pense nisso. Significa que há todo um mundo lá fora à espera de ser visto e vivido, não só pela escrita,muito menos pela fotografia, mas pela sua vivacidade, pelos seus amanheceres e entardeceres, por tudo o que mundo nos rodeia, pelas festas, pelas lágrimas, pela música, pela arte em si, pelo prazer de viver. A ausência de palavras minhas aqui neste espaço, não indica que signifiques a cada dia menos para mim. Não significa sequer que eu não venha a este sitio. A ausência de palavras minhas aqui neste espaço não significa que haja uma ausência de sentimentos. Há todo um mundo que vale a pena viver e ver contigo e só contigo. Seja um passeio de carro ao luar, ou um final de tarde de praia. A ausencia de palavras minhas aqui não significa que não as ouças. Não significa que eu não tas faça chegar de outras maneiras, que não por aqui. Pelo ar, pelo vento e pela chuva. Pelas nuvens e pelo Sol.Em cada oportunidade envio-te de novo um carinho. Envio na tua direcção tudo isto na ausencia de palavras minhas... apenas no silencio do meu olhar e no meu pensamento.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

"perto como...."

Sinto-te aqui... Sinto-te perto. Mais perto do que nunca. Sinto que pensas em mim quando não estás comigo. Sinto saudades tuas. És o meu mundo. Ardes e ferves em mim. Rasgas-me a pele e instalas-te na minha alma. Perto da minha essencia. Perto daquilo que me define. O meu amor por ti é como o tempo, imortal. Arde e consome. Arde e ferve em mim. Sinto-te aqui. Sinto-te perto. Perto como nunca antes. Perto como sempre. Sinto saudades tuas. Sinto tanto a tua falta. Ouve... ouve o som do meu coração quando te encostas protegida do mundo no meu peito. Naquele espaço so teu. Com a marca do teu abraço e o cheiro dos teus cabelos. O calor dos teus beijos ainda queima no meu pescoço. Sinto-te aqui, e aqui e aqui. Sinto-te no ar. Sinto-te nas arvores. Sinto-te sempre comigo. Um dia dar-te-ei o mundo. Um dia. O meu mundo. Sinto-te aqui... Sinto-te perto... Perto como nunca, perto como sempre.

" folhas soltas..."

Tudo aquilo que é dito, é de alguma forma atirado até nós. Reflexos daquilo que pensamentos e daquilo que dizemos atravessam a atmosfera. Somos o reflexo daquilo que pensamos, criamos barreiras com aquilo que nos é dito...

terça-feira, 18 de maio de 2010

".... destino e eternidade..."

Por ti... para ti!
Há tanta coisa que te quero dizer. Há tanto que quero partilhar contigo!
O amanhecer reflectido no rio, o luar reflectido no mar. Anda, vem comigo, para as estrelas. Para a eternidade. Para o nosso amor. Por ti... por mim. Para ti! Por nós!
Anda vem comigo... até às estrelas, até ao Sol, até ao infinito do nosso amor! Para sempre... para a eternidade!

terça-feira, 27 de abril de 2010

És o meu Sol! O meu unico Sol!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

"... lua de prata..."

A lua entrou-lhe pela janela, deixando o chão da sala iluminado de cor prata. Por uma janela muito estreita, via-se apenas o reflexo calmo e pálido da lua. Esta sala ainda que carregada de inúmeras recordações quentes, hoje estava despojada e vazia de qualquer emoção. Umas cortinas rendilhadas por mãos firmes e de algum talento, brilhavam ao luar.Vedando ilusoriamente o acesso a uma pequena varanda em pedra. Com grades verdes trabalhadas à mão num qualquer momento de à dois séculos atrás.O soalho encontrava-se desgastado pelo tempo, pela certeza do milhar de passos que já de certo o percorreu. Junto à janela do lado esquerdo encontrava-se um pesado móvel castanho de um igualmente pesado mas nada aborrecido estilo barroco, com retratos de vidas e momentos passados. Do lado direito da apertada sala estava um banco de dois lugares. Um banco antigo, forrado a palha de estilo francês. Ao centro da sala uma mesa igualmente forrada a palha com um tampo em vidro. Uma desinteressante jarra branca situava-se no centro da mesa, carregada com flores. Flores encarnadas. De um vermelho vivo. Cheias de jovialidade, eram a unica fonte de frescura numa sala estagnada no tempo. De frente para a janela ficava a porta da sala e a dois passos da porta junto ao canto estava uma cadeira antiga de baloiço. No chão por debaixo da mesa, centrada no meio da exigua sala, repousava um pesado tapete de imitação persa esverdeado e com rasgos de cor vermelha. Nas paredes tinha quatro quadros. Uma alusão às quatros estações, retratadas por quatro mulheres diferentes. O calmo brilho da lua entrava inevitavelmente pela janela. O vidro da mesa reflectia directamente para o tecto o brilho do luar, uma pequena caixinha castanha estava aberta. De aspecto igualmente gasto pelo tempo o seu outrora resplandescente tampo envernizado com uma rosácea embutida. Uma pequena bailarina dança em circulos ao som de uma melodia monofónica.É uma caixinha de música. O seu som brilhante espalha-se pela sala. É possivel denotar o passar do tempo até pela afinação da caixinha de música. A bailarina movimenta-se em uma sucessão de arabescos infinita ao som da melodia. É uma noite de Verão. A lua entra sem pedir licença pela janela da sala. No movel junto à janela, por entre várias molduras, uma armação metalizada ressalta a atenção e um casal de idade avançada está imortalizado numa fotografia. Ele era alto, magro de cara, cabelo branco, olhos grandes e pestanas ternurentas. Vestia uma camisa branca de manga curta e umas calças beges de tecido, com um cinto castanho. Numa qualquer rua historica de uma qualquer cidade com um jardim por perto, provavelmente numa viagem, alguem lhes tirou aquela foto. Parecia ser um final de tarde. A imagem em volta respirava um saudável tom cor de laranja. Ela estava sentada no colo dele, com o braço pousado atrás do pescoço dele e percorria-lhe toda a superficie dos ombros. A sua cabeça tombava em direcçao à dele. Ela usava uma saia de nesgas de um azul vulgarmente chamado de marinho com uma camisa branca como a dele. Sentada no colo dele a pele dela é clarinha,de cabelo claro, de olhos esverdeados com um sorriso lindo rasgado.Baixa de altura, cabia na perfeição no peito dele. Conseguia sempre sentir-se confortável num abraço. Os seus sorrisos eram realmente felizes. Expiravam um ar verdadeiramente feliz, conseguido por uma vida em conjunto. Eram amantes, amigos, confidentes, parceiros. Na cadeira junto à porta ela ainda é baixa de altura, a sua pele ainda é clara o seu sorriso ainda consegue ser rasgado, os seus olhos esverdeados não escondem o passar de uma vida. E ainda caberia perfeitamente em um abraço dele. Descansa na cadeira de baloiço. Recorda emocionada os tempos passados com ele, a vida em comum na frescura das flores do centro da mesa, a melodia da caixinha de musica que várias vezes dançaram naquela mesma sala. Recorda emocionada cada uma das fotografias, cada momento, cada emoção. Baloiça pacificamente na sua cadeira favorita. Com os olhos semi-cerrados observa o brilho do luar atravessar a sala e vir para a seus pés. Costuma por vezes adormecer naquela mesma cadeira. Ao som daquela mesma melodia, lembrando-se como havia sido um dia. Como tinham sido felizes. Muito subtilmente esboça um sorriso de contentantamento e satisfação. Sorriu e viu que os sorrisos foram realmente felizes. Expiravam um ar verdadeiramente feliz, conseguido por uma vida em conjunto. Foram amantes, amigos, confidentes, parceiros. A lua entrou-lhe pela janela, deixando o chao da sala iluminado como prata mais uma vez.

terça-feira, 6 de abril de 2010

"...nunca.."

"...Nunca terá havido alguém que ame mais do eu.
Se o afirma que sim, entao mente!
Nunca terá havido alguem que ame mais do quanto eu te amo a ti. Concedo humildemente a possibilidade de ter amado tanto quanto eu...Mais do que eu nunca. "

"...tudo..."

Longe... estás longe. Mas não estás distante. No nosso coração ainda queimam bem recentes as lembranças dos nossos beijos, dos nossos abraços, dos nossos carinhos... Sinto saudades tuas. Sinto a tua falta em cada momento. Sinto em mim de forma crescente o turbilhao de sensações que a tua ausencia me proporciona. Sinto no meu peito a lembrança do teu perfume. Sinto de olhos fechados o teu toque suave no meu rosto. Sinto-me incompleto com a tua ausencia. Sinto-me vazio... Quero ter-te aqui. Hoje, agora, já! Vem, vem para os meus braços meu amor. Sem ti o mundo é cinzento. O por-do-sol mais bonito não consegue atingir a sua maxima exponência. Sinto a tua falta e procuro-te nas estrelas. Procuro-te na brisa. Procuro-te na noite. Procuro-te no dia. Procuro-te e encontro-te nas nossas recordações. No retrato da mesa. Nas musicas que te escrevo. Na simples e singela lembrança dos nossos beijos. Ardentes, apaixonados. Longe... estás longe. Mas não estás distante porque sem que me apercebesse, tu estás sempre à minha volta. E tudo me lembra de ti.

quinta-feira, 25 de março de 2010

"texto1.."

Olhou de canto aquele pesado instrumento situado no outro lado da sala. Era um instrumento grande. Lindo. Conhecia cada feição de cor. Sabia exactamente o que cada toque lhe proporcionava. Sentia-se estranho ha dias. Sentia vontade de se expressar. De exteriorizar tudo aquilo que o incomodava. Levantou-se do sofá onde estava e dirigiu-se para o instrumento. Era o seu piano.Sentou-se ao piano e deixou que os dedos o levassem para o que quer que fosse o que a emoçao quisesse tocar. Queria compor. Queria passar para um melodia completamente indecifrável aquilo que sentia. A noite ia alta. Nada iluminava o quarto a não ser a luz prata da lua. A noite era o seu periodo e aquele quarto o seu santuario. Aquele momento, talvez o momento alto do seu dia. Quis retratar um largo lago onde a lua fosse reflectida, algo suave, algo gentil e meigo e ambiguo o suficiente para tambem parecer triste.

terça-feira, 23 de março de 2010

"hoje não me recomendo..."

Não queiras saber de mim

Não queiras saber de mim
Esta noite não estou cá
Quando a tristeza bate
Pior do que eu não há
Fico fora de combate
Como se chegasse ao fim
Fico abaixo do tapete
Afundado no serrim
Não queiras saber de mim
Porque eu estou que não me entendo
Dança tu que eu fico assim
Hoje não me recomendo
Mas tu pões esse vestido
E voas até ao topo
E fumas do meu cigarro
E bebes do meu copo
Mas nem isso faz sentido
Só agrava o meu estado
Quanto mais brilha a tua luz
Mais eu fico apagado
Dança tu que eu fico assim
Porque eu estou que não me entendo
Não queiras saber de mim
Hoje não me recomendo
Amanhã eu sei já passa
Mas agora estou assim
Hoje perdi toda a graça
Não queiras saber de mim

Carlos Tê

segunda-feira, 22 de março de 2010

"ter-te comigo..."

Ter-te aqui comigo... Ter-te aqui comigo é algo que necessito. Algo claramente superior. É algo que reconforta. Algo que suscita claramente em mim sensações completamente distintas e radiantes. Algo que por muito que tente, e tentei, não consigo definir. Escrevo este texto com um sorriso pequeno no rosto. Um sorriso que a sensaçao de estar contigo me proporciona. A sensaçao que não consigo explicar. É quente, é amarelo e laranja, é fogo e é Verão. Ter-te comigo, ter-te sempre aqui comigo. Dentro de mim, nas paginas do meu livro. Nas paginas da minha e da nossa historia. Daquilo que algum dia fomos e seremos. Das paginas por escrever do nosso imenso caderno pautado. Das imensas palavras que trocaremos e dos inumeros carinhos por entregar. E ao abrir a pagina do nosso cardeno, a primeira frase pode ser...uma frase... um dialogo, onde te digo " Estou feliz por ter-te sempre comigo..."

terça-feira, 16 de março de 2010

"...sinfonia..."

Podia ouvir esta musica contigo sempre. Numa noite de Verão. No calor seco de uma noite de Verão. Nas noites mais estreladas. No luar mais limpido. No vento tornado brisa, mais refrescante. Na calmaria de uma estrada deserta, no meio de uma multidão de seres veraneantes nocturnos por uma qualquer rua alaranjada da cidade. Podia ouvir esta musica contigo sempre. Contigo, só contigo! Musica essa que eu ja apreciava mas tu deste um novo ouvir. Uma nova forma de compreender. De a dimensionar em todo o meu mundo. Um novo mundo ou uma nova forma de ver o mesmo. Com uma simples frase eu te abraço. Com um toque de mãos sinto os teus cabelos. A lua ilumina o teu sorriso e os teus olhos reluzem à luz do mesmo luar. A brisa vem tocar-nos mais uma vez de mansinho. Bem suave. Numa noite como a de hoje. Em que a brisa vem directamente das estrelas.É fresca. Não é uma noite de Verão mas a música toca por nós. Não é uma noite de Verão mas o sentimento reina como se fosse. Eu e tu. Sós. Unidos e sós. Podia ouvir esta musica contigo sempre. Nesta noite de quase Primavera, em que o sentimento será o mesmo do que numa noite de Verão que a musica me faz lembrar. Não há estações quando o sentimento dura o ano todo. Cada passagem do tempo tem um sabor próprio, o calor do ano, o frio do mesmo ano, as chuvadas deste ano e o florir unico no ano. Nao são estações. O Verão não é uma estação. É apenas mais uma forma de te demonstrar a paixão... Ao som desta musica que ouço contigo o ano todo.

quinta-feira, 4 de março de 2010

"...e então olhei para o Sol e consegui ver... aquilo que na realidade a gravidade faz em mim e em ti..."

terça-feira, 2 de março de 2010

Continua a lutar, foi aquilo que a tua boca não disse, que os teus olhos negaram e que o teu cerebro pensou. Continua a lutar. Eu tentei... Continua a tentar. Negavas-me, negavas tudo. Continuei a lutar, juntos conseguiriamos construir algo lindo. Continua a lutar, não vás. Fica só mais um pouco. Era o que dissimuladamente me dizias. Era o que disfarçadamente me pedias. E eu confuso com toda a situação, lutei, acreditei. Não tenhas medo. Vêm comigo. Não te vou desapontar. Olha para mim... quero amar-te de qualquer maneira. Eu acredito. Eu acreditei. Lutei por ti.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

"E se um dia não houvesse luar..."

"Caminham lado a lado na noite escura. Ele tem o seu braço ternamente pousado nos ombros dela. É de noite.
Ele diz para si proprio, e se um dia não houvesse luar....
Ela com um ligeiro apontar de olhos para o céu como buscando a Lua responde:
Se um um dia não houvesse luar... Se um dia nao houvesse luar, não haveria problema. Servir-me-ia das mãos pra te procurar na escuridao... e elas seriam os meus olhos... percorrendo o teu corpo, lindo e quente, para o puxar para junto do meu!
Conseguiria beijar-te na mesma. Conseguiria abraçar-te na mesma. Conseguiria cheirar-te na mesma. E o que os meus olhos não vissem, veriam as minha mãos.

Se um dia não houvesse luar amar-te-ia com a mesma intensidade que num dia luminoso de Verão. Apenas as sensaçoes corporais seriam diferentes..."

domingo, 21 de fevereiro de 2010


"É o Sol..."

"...bastante..."

Quando sou só eu e tu, quem sabe aquilo que podemos fazer. A pior parte do dia é apenas uma pequena insignificancia. Se eu te dissesse que iria partir, o que me dirias? o que farias para me fazer ficar.As vezes digo coisas de formas que nao devo.


Tudo muda. O cenário muda, as horas mudam, os dias passam e eu não consigo ser coerente.... Não consigo pensar diferente. Sinto-me, por horas, marioneta do espectaculo de um outro alguém. Alguém que puxa os fios a seu bel-prazer. Os fios na noite. Sou altamente influenciado e afectado pela noite. É algo que não consigo definir. Ainda que o negue... todas as noites sou afectado. Preocupa-me o facto de não conseguir ser coerente, racional e lógico. Preocupa-me tanta coisa. E quando me perguntam, não consigo definir uma que seja. Não consigo tratar ou encontrar o motivo ou aquilo que me deixa assim. Amaldiço-o os Céus e a Terra por me sentir assim... Detesto. Eu não sou assim. Não quero ser um automato que sorri e acena que está tudo bem, quando nestas horas me sinto... não consigo definir sequer a palavra. Não consigo saber o que tenho. Nem sempre sou objectivo ou racional. Sou até bastante...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

"...estações.."

É como ter vinte estações de rádio dentro da minha cabeça e cada uma toca aquilo que lhe apetece. Sou uma antena de confusão mental. Sou complexo. Sou uma mistura de toda e de cada uma dessas mesmas estações. Exprimo o meu desejo de escrever textos bonitos, de conseguir tocar as pessoas, de faze-las sentir-se embaladas naquilo que eu escrevo. Na ternura e carinho das minhas palavras. Quero ser sempre um rômantico decadente como me defino. Quero ser suave como o bater de asas de uma borboleta. Ser envolvente como a noite. Quero segurar-te em meus braços e ter a pequena ilusao de que te protejo do mundo. Quero sentir a tua respiraçao bem no meu ouvido. Fecho os olhos e choro. Não sei porque choro ao certo. As lagrimas timidamente escorrem pelo meu rosto e depositam-se no canto dos meus lábios. Quero ser uma tarde no mar. Quero sentir a energia fluir em mim. Quero ser aquilo que mais desejares. Quero ser aquilo que eu desejar. Não quero voltar a escrever um texto daquilo que quero. Mas neste momento não quero saber. Tento fazer-me censura e a exame prévio mas a verdade é que, como em outras vezes, hoje também não me censuro. Vejo as diferentes estações de rádio reflectidas neste texto. Vejo que as estações de radio nada são que a enorme quantidade de informaçao que recolho ao longo do dia. Pequenas frases ou situações que anteriormente considerei inuteis agora analiso-as com outra perspectiva. Para mim uma frase, nunca é só uma frase.Um gesto nunca é só um gesto. Uma palavra não está posta aleatoriamente naquele sitio. Uma frase nunca é só uma frase. No fim do dia feita a triagem fica aquilo que mais sinto... As saudades que eu tenho de ti. Tenho tantas saudades tuas, digo-te sempre, ao qual tu respondes com o teu sorriso fantastico nos labios, um admirado já. Tenho saudades tuas... e adoro conversar contigo assim no silêncio do meu olhar. No silencio dos nossos pensamentos. Na cumplicidade no nosso abraço.

"... disto..."

"Depois disto é para sempre..."

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

"... pequeno..."

"É dito que algo tão pequeno como o bater das asas de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo." - Teoria do Caos

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

"... fica."

Não vás... Não partas nunca. Fica! Fica só por uns minutos, fica por todos os dias. Fica por toda a vida. Não vás... Não. Não consigo deixar-te ir embora. Não te quero perto de mim por necessidade. Não te quero ter aqui apenas para meu belo prazer. Fica. Fica so mais um pouquinho. Tens mesmo que ir já? Fica. Hoje preciso de ti mais do que nunca. Fica por perto. Quero sentir o teu cheiro. Quero ouvir o teu riso. Quero ouvir-te respirar. Quero ouvir a tua voz. Não... Não vás. Não partas nunca. Peço-te que fiques. Peço-te que me deixes sentir o teu abraço. Só mais um bocado. Só mais uns minutos. Anda, abraça-me beija-me. Hoje sinto-me vulnerável às incursões do mundo. Hoje não sou forte. Hoje não sou de ferro, por isso peço-te que fiques. Que me abraces fortemente. Que me beijes demoradamente... Não partas nunca. Fica sempre na minha vida. Não é um pedido doentio e desesperado do teu amor. São os meus votos e desejos mais sinceros. Não partas, meu amor. Fica sempre. Fica só por mais uns minutos. Não tenho que ser sempre forte. Mas quero sempre sê-lo. Não... não vás.Nunca te quero ver partir. Fica. So mais um pouco. Só para toda a vida. Por toda a eternidade...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

"... é como.."


" A vida é como o surf, nem sempre as ondas que vêm são para nós as surfamos..."

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

"... brilham mais."

Noite, noite estrelada inundas de escuridão. Emerges as flores, as plantas, as casas os carros. Tudo fica tingido de negro durante as horas em que és rainha. O mundo fica soterrado na tua escuridão. As montanhas ficam invisiveis. É escuro como breu. Noite, noite estrelada. Longos campos de cereal desaparecem debaixo do teu delicado manto. Os olhos de nada me servem. Apuro os outros sentidos. Numa panóplia de sensações vou caminhando na escuridão. Sei que é Verão. Ouço a vegetação rasteira crepitar à minha passagem. O aroma forte dos pinheiros quando calco as agulhas logo se difunde pelo ar. Caminho calmamente. Ouço a brisa fazer-se notar nas arvores. E no meu rosto toca-me como um carinho. É algo suave. Noite, noite estrelada que me inundaste da tua escuridão. Ouço umas largas centenas de pequenos insectos que saudam a noite com os seus cantos repetitivos. Grilos, cigarras... estes consigo reconhecer. Mas ao longe na floresta ecoam os pios de outros seres nocturnos. É nervosamente envolvente. Hipnotizante até. Chego a um pequeno lago e vejo a noite reflectida. Noite, noite estrelada que me inundas de escuridão. Emerges-me com as flores, com as plantas, as já longinguas casas. Banhas-me no teu manto. Caminho por mais uns minutos. A vegetação atinge a altura da minha cintura. Estico as mãos e vou sentido o toque suave das plantas passar-me entre os dedos. Caminho descalço. Cada passo tem o seu quê de relaxante. Como uma massagem. Todo este ambiente é estranhamente familiar. Já percorri estes trilhos na noite. Quero voltar a percorrer. Caminhar na noite, noite estrelada, com a tão necessaria escuridão.É na escuridão mais densa que as estrelas brilham mais.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

"precisava..."

Precisava de ouvir a tua voz, precisava de sentir o teu abraço, precisava que me abraçasses bem forte e me sussurrasses ao ouvido bem baixinho..." eu estou aqui..." e precisava que o mundo parasse nesse mesmo instante para saborear em pleno esse momento. Preciso de ti, nao como uma necessidade ou como uma exigencia mas porque quero estar contigo... preciso de ver o teu sorriso, preciso de te ouvir rir, preciso de ti... preciso de ti... preciso de ti meu amor. Como sempre preciso e como sempre te quero.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

"...em cena..."

"Deveria ter morrido mais tarde. Haveria, então, lugar para uma tal palavra. O amanhã, o amanhã, o amanhã, avança em pequenos passos, de dia para dia, até a última sílaba da recordação, e todos os nossos ontens iluminaram para os loucos o caminho da poeira da morte. APAGA-TE, APAGA-TE, TOCHA FUGAZ !!! A VIDA NÃO É MAIS QUE UMA SOMBRA QUE PASSA . UM MAU ACTOR QUE SE PAVONEIA E SE AGITA UMA HORA EM CENA, E, DEPOIS, NÃO SE OUVE MAIS FALAR DELE. A VIDA É UMA HISTÓRIA CONTADA POR UM IDIOTA, CHEIA DE SOM E DE FÚRIA, SIGNIFICANDO NADA ”

Macbeth

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

"...um pedido..."

Sentei-me ao piano. O ambiente do final de tarde ainda estava em mim. Cada conversa, cada toque, cada mudança no nosso horizonte ainda estava em mim. Senti-me ao piano mesmo sem saber tocar, fui procurando os sons. Atribui a cada som a importancia de uma palavra. Construi frases. Apressei-me gravar todas as frases que construi. Apressei-me a decidir aquilo que queria dizer. Filtrei os meus primeiros devaneios e consegui construir um simples, e facil de entender, discuro. Tentei captar todos os momentos... todas as conversas... todos os toques, todo o ambiente que nos rodeou naquela hora. Senti-me ao piano mesmo sem saber tocar... sentei-me e compus-te um pedido, só para ti...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

"Nessa noite..."

Nessa noite sentou-se à secretaria e tentou escrever. Riscou tudo o que tinha criado até então nessa noite. Ao seu lado, na cama, dormia Ela. Perdida nos seus mundos particulares. Estava linda. A sua pele clara adquiria um tom dourado com a luz que entrava pela janela iluminada por um candeeiro de rua. Ele tentava dormir há horas. Rodou vezes sem conta no seu lugar junto a Ela. Sentia-se inquieto. Sentia-se infinitamente pequeno. Sentia-se prisioneiro de uma lingua que não lhe permitia expressar tudo o quanto lhe queria dizer. O quarto era assim ha uma infindade de meses. Apenas se decidira a mudar umas fotografias de tempos passados. Levantou-se circulou pelo quarto. Ela continuava a dormir alheia ao que se passava no mundo real. O lado dele da cama estava remexido mas a cama estava fria. Sentia-se frustrado. Queria em cada momento dizer-lhe o que sentia e como sentia. Saiu do quarto para a sala. Era inicio do ano, as comemoraçoes festivas ja tinham passado e apenas restava o frio e os dias curtos como sinal de que o inverno ainda nao tinha passado. Na lareira ainda restavam as brasas do serão da noite anterior. Ele era complexo. Alguem realmente complexo. Sentia-se como o seu cerebro tivesse me cada hora vinte conversas em simultaneo. Seria capaz de ter as mais variadas sensaçoes emotivas ao longo das vinte e quatro horas do dia. A sala estava fria. Os estores abertos. Lembrou-se dos passeios à luz das estrelas nas mais bonitas noites da estação. Lembrou-se do que tinham feito no dia de anos dela. A sua mente cria um turbilhao de pensamentos. Basta que ele queria seguir uma das conversas mais atentamente. Ao lado, no quarto, ela dormia, dormia perdida em sonhos pacificos. Ele deslocava-se pela casa sem acender nenhuma luz, sem fazer qualquer tipo de barulho. Como um especie de espirito irrequieto. Deteve-se no janelão que permitia ver a cidade ao longe e por baixo. Passou um carro nesse mesmo instante. O céu estava carregado a luz que ilumina a cidade tingia o céu de laranja. Focou o seu olhar no horizonte citadino. Mais cidade se estenderia para lá daquele ponto. Mais uma infindade de apartamentos e lojas de luxo e pequenas mercerias de esquina para as quais parece que o tempo nunca passa. Lembrou o dia em que se conheceram. Ela estava linda e deslumbrante. A cor branca fica-lhe tão bem pensou. O que te preocupa perguntou Ela da porta do quarto, tinha acordado entretanto quando o tentou abraçar e sentiu o vazio na cama. Sabia que Ele nao poderia estar longe. Vira as fotos dela que ele guarda na mesinha de cabeceira e sorriu levantando-se para o procurar. Não vens para a cama insitiu ao perguntar. Ele olha-a por cima do ombro, sorri e virando-se caminha para ela. Tenho algo para te dizer... tenho algo muito importante para te dizer...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

"ainda..."

Lembraste? Ainda te lembras? Daquele dia de chuva, cinzento como todos os dias de chuva são, em que demos um passeio por aquela estrada. Podia ser uma estrada como outra qualquer. A vista era de cortar a respiração. Toda a paisagem era pintada entre branco, verde, castanho e um roxo muito suave. A estrada serpenteava encosta acima. Lembraste as vezes que saimos do carro? Parecia que não percorriamos cem metros sem voltar a parar. Tiramos fotografias, abraçamo-nos no meio do nada mas aquele momento era tudo, conversamos de mãos dadas. Beijamo-nos demoradamente. Lembraste? Ainda te lembras? Daquele dia de chuva? Onde passeamos? Voltamos ao anoitecer. Lembraste? Ainda te lembras? Daquele noite em que observavamos as estrelas numa das mais bonitas noites da estação? Quando começo a pensar nos momentos que passamos juntos, eles sucedem-se uns aos outros numa infinidade de situações e episódios felizes. Fica por um minuto, fica por um dia, fica para toda a vida...para que possamos fazer de tudo isto uma infinidade de episódios felizes...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

"O que gostavas de ter como certo?"

"É como se..."

Escondo os meus sentimentos dentro dos meus olhos e suspiro por ti...Quero ser capaz de te demonstrar na realidade aquilo que significas para mim. Não apenas um devaneio meu onde me julgo capaz de conseguir definir tudo em palavras. Quis tentar exprimir tudo o que me vem à mente de cada vez que te beijo. De cada vez que te toco. De cada vez que te vejo sorrir... Fecho os olhos e seguras-me na mão... seguras-me na alma. Seguras-me o corpo. Seguras-me a mente sem me condicionar pensamentos. Escondi pensamentos e sentimentos dentro dos meus olhos. Olho-te e suspiro por ti. Vivo na eterna saudade. Vivo em cada toque... vivo... É como me sinto nesta hora. Vivo em que sinto a conjugaçao de todas a peças que complementam o meu ser...

domingo, 10 de janeiro de 2010

"... nasce de novo"

"... numas horas tudo muda e o Sol nasce de novo."

"... elementos invertidos..."

Tenho uma necessidade do meu novo santuario. Aquele meu novo espaço onde os elementos estão invertidos e eu pareço um mero figurante, ainda que tremendamente mal colocado. Deslocado é o termo. Deslocado é a sensação. Uma necessidade completamente transcendental que ultrapassa todas as barreiras do fisico. Quero estar novamente lá por horas. Só e só eu nos meus pensamentos. Nas minhas decisões. Ainda que decida não decidir nada e adiar naquelas horas qualquer necessidade de uma acçao ponderada. Não quero estar no mundo. Quero poder voar, subir bem alto e voltar a descer. O frio gelava-me o corpo. O frio gelava-me o espirito. O frio... era uma necessidade. Gelou-me bem por dentro. Não me tornei um bloco. Não endureci. Não sei... não sei mesmo...A incerteza daquilo que se passa em mim nesta hora gela-me bem mais que o frio desta manhã. Onde fixei os olhos no horizonte... a neve caia sobre mim, no mar, naquele lugar, fechei os olhos... sentei-me na prancha, inclinei a cabeça para trás, abri os braços e fechei os olhos... fechei por um segundo, fechei por uma hora... e nessa hora o meu pensamento desligou-se. Nessa hora deixei a energia entrar em mim. Quis essa energia. Desejei essa energia. No instante a seguir, a minha mente iniciou-se em pensamento, voou por quilómetros e fiquei a pensar em ti. Como estarias naquela hora matinal... enrolada nos teus cobertores, perdida nos teus sonhos. Pensei em ti. O mar mal mexia, parecia um lago. O vento gelava-me a cara, as maos mantinha-as dentro de agua. E o simples pensamento em ti fez o meu peito aquecer...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

"... em camara lenta..."

A fria noite de inverno não foi impeditivo para nada. Circulando e ziguezagueando por uma estrada bem escura. O carro pequeno continuava suave encosta abaixo por entre as curvas. A noite estava escura como breu. O pequeno tecto panorâmico nunca tinha sido experimentado. Com um ligeiro toque no botão de um dos passageiros fez com que rapidamente o tecto deslizasse, tendo como vista uma das mais bonitas noites estreladas da estação. No rádio toca inadvertidamente uma das bandas sonoras do seu amor. As mãos deles vão entrelaçadas. Ela observa com um olhar resplandescente o céu estrelado mesmo por cima. Ele vai tamborilando ritmadamente no volante. Toda esta cena parecia desenrolar-se em uma velocidade inferior à do restante mundo. Como se toda a situaçao se desenvolvesse em camara lenta. O frio que entrava pelo tecto, agora aberto, não foi impeditivo para nada. Ele diz-lhe com um sorriso satisfeito nos lábios, é...é fácil achar que estamos num filme... o ambiente, as estrelas, a música, a companhia rapidamente rematou ela... é tudo tão perfeito quando estamos juntos. E continuaram suavemente entre as curvas e a escuridão encosta abaixo.. Esta noite fria de inverno não foi impeditivo para nada. E parecia realmente que estavamos num filme.

"Pleno e consciente..."

Sou afectado por algo que não consigo compreender. Um despertar de um sonho estranho e bizarro para uma realidade ainda mais bizarra. Há algo que não consigo encaixar.Há todo um mundo no qual não me consigo adaptar! Não consigo compactuar. Não quero e não o farei. É estranhamente dificil querer ser um barco que rema contra a corrente.Seja por uma grande causa ou por um mal menor. Não sou um barco que rema contra, sou um barco que segue o seu próprio rumo. O meu rumo. Não quero falhar. Não vou falhar. Vou ser assertivo e objectivo. Levar a minha vontade avante, o meu barco a bom porto. Nunca de uma maneira calculista. Não de uma forma obcecada. Não de uma maneira doentia. Mas da minha singular maneira. Para que um dia possa dizer, já ciente da fatalidade que é a vida, que viv uma vida plena e que nada tenho a lamentar. E após isso possa abraçar em pleno o fim do inverno da vida. Pleno e consciente...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

"...adaptando..."

O mundo é a nossa casa. Libertamo-nos em cada amanhecer. Em cada despertar é bom sentirmo-nos revigorados. Só eu e tu. Em cada pequeno detalhe é impossivel determinar a extensão do nosso amor. Quero vivê-lo em cada momento. Quero vivê-lo ao extremo. Quero vivê-lo no limite. Jamais viveremos um amor pela metade. Jamais quero deixar de me sentir unico em cada toque teu, sentir-me pleno com cada palavra tua, sentir-me emocionado em cada beijo teu. O mundo é a nossa casa. Vamos ser livres o suficiente para o vivermos em pleno. Vamos ser unos. Vamos sorrir num pôr-do-sol de Inverno. Vamos conversar toda a noite sobre um manto de estrelas de verão. Vamos fazer piqueniques sob uma árvore a florir num jardim. Vamos viver o mundo, adaptando o nosso amor ao mundo.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

"...no nosso mundo."

Foi como ficarmos sós no meio de uma multidão, foi como gritar bem alto no silêncio dos nossos corações, Foi como uma manhã de Primavera. É como o ecoar de milhares de canções. É como caminhar na chuva sem se importar, é como um fim de tarde de Verão, é como aquele carinho necessario, é como abraço dado sem olhar, é como um milhar de olhares ternurentos, é como um toque, um aperto de mão, um carinho. É como qualquer boa sensação indiscritivel. É como fazer parte de algo superiormente interessante. É despertar num luxo radioso de sensações. É como um passeio na chuva, é como conduzir por uma estrada de montanha, é como passear junto ao mar. É como uma manha de sabado e uma noite de sexta-feira.É como ficar emocionado porque sim, é como... é tudo e mais alguma coisa. É de tudo e mais alguma coisa quando estamos juntos. No meu mundo eu crio o que eu quiser e no teu mundo sou aquilo que tu queiras. No nosso mundo...foi como aquele primeiro momento.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

"Quando se desfaz..."

"...Foi então
Que da minha infinita tristeza
Aconteceu você
Encontrei em você a razão de viver
E de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Porque o amor é a coisa mais triste
Quando se desfaz"

"tudo..."

"A marca da tua ignorância é a profundidade da tua crença na injustiça e na tragédia. O que a lagarta chama de fim de mundo, o Criador chama de borboleta.




...Eis um teste para saber se terminaste a tua missão na Terra: se estás vivo, não terminou.



Tudo neste livro pode estar errado."

"...perdido..."


Vi um caminho em terra batida junto à costa a uns bons metros de altura em relação ao mar. Desloco-me numa carrinha de caixa aberta. Ainda que estivesse um dia de Sol vi o cenário todo em cinzento. Vi as cores com que estava vestido, vi as cores da carrinha e vi as cores do céu, mas tudo o que vi, vi em tons cinza.Vi os meus oculos pousados no tablier da carrinha. Vi a corrente que se aproximava ao largo no mar. Acho que por momentos me tornei obcecado com esta ideia. Tudo em redor me parece retirado de um qualquer cenário que alguma vez eu tenha inventado. Algo bem pessoal, algo retirado de um sonho até. Não tenho por norma lembrar-me do que sonho. Mas é-me estranhamente familiar. Por entre a encosta recortada está um caminho que me leva a uma praia bem pequena. Sentei-me e deixei-me ficar por horas. Só a observar. Perdido nos meus próprios pensamentos.

sábado, 26 de dezembro de 2009

"... só eu e tu..."

O Sol vai raiando no horizonte.É de madrugada. Tu dormes sossegada no meu peito. Levanto-me sem te acordar. Estás perdida nos teus sonhos. Estás com um sorriso nos lábios por isso o sonho só pode ser bom. Sonharás comigo? Fico sentado na cama uns bons minutos observo-te enquanto dormes. Sorris. Será que é a mim que vês? Consigo sentir o calor do lado de fora da janela, o Sol e o calor a tentar furar por entre o estore. Silenciosamente encaminho-me na direcçao da janela. Abro um pouco, apenas o suficiente que me permita ver como está o dia. Amanhece lindamente. Ouço o som do mar ao longe. Do outro lado da casa. Sem te acordar entrego-te carinho. Beijo-te suave e demoradamente na testa. Visto uns calçoes largos e pretos pelo joelho, dirijo-me para a cozinha agarro uma qualquer peça de fruta, pego a prancha e saio para a praia. Dentro de umas horas voltarei. Volto para te acordar com um sorriso. Volto para te acordar com carinho. Quando volto a casa ainda estás com o mesmo sorriso. Ainda estás perdida em sonhos. E eu acordo-te. Começas o novo dia com essa alegria antes do pequeno-almoço.Vestes uma t-shirt minha e ficamos deitados e abraçados pela manhã fora. E o mais fantastico de criar e escrever é que ninguem pode provar que um dia não vai acontecer...Só eu e tu.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

"...a tua carta."

Hoje recebi uma carta de amor. Hoje recebi uma carta tua. Uma carta onde falas daquilo que eu te faço sentir. Daquilo que somos eu e tu. Daquilo que juntos fazemos e o que juntos significamos. Juntos temos um mundo. Juntos criamos um mundo dentro do próprio mundo, onde é facil ser feliz. Onde é facil de ser envolvido,genuino, abraçado e cativado. Hoje mostraste-me mais uma parte tua, por escrito, em carta e eternizado na tua escrita. As palavras são eternas. As tuas palavras estão cravadas bem fundo de mim. Como todos os pedaços teus. Como todos os filamentos meus que desejam por ti. Que palpitam de emoção quando estás por perto. Que se perdem nos nossos abraços, nos nossos beijos e em tudo o que me leve até ti e até nós. Juntos somos livres, juntos crescemos e vamos crescer honestamente. É bom termos de inicio a noção das nossas reais intenções e das nossas sinceras reacções. Hoje recebi uma carta de amor. A tua carta de amor para mim. A tua carta de amor.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

"...pequena bailarina..."

É uma sala grande com paredes brancas. Escurecida pela ausência de luz. Um candelabro de cristal pende a poucos metros acima. Tudo na sala indica essa mesma escuridão. As pessoas ansiosas e vestidas em tons cinza e negro acumulam-se perto de um tapete vermelho. O mundo parece circular à velocidade da luz. Rápido. Frio e bastante desligado de si próprio. De repente e pela entrada do fundo surge alguém. Dança suavemente. Uma melodia que se espalha timidamente no ar. A sua pele é clara. O cabelo está firmemente puxado para trás da cabeça. O seu mundo movimenta-se numa velocidade bem mais lenta que o restante. Transmite beleza, reflecte leveza e exala pureza. Com a ilusão de que levita a poucos centimetros acima da superficie mexe-se com suavidade. Dança de improviso. Sente a musica em cada variação. Fecha os olhos e entra numa exisência superiormente interessante, onde cada pequeno detalhe tem uma importancia vital. É terno. É delicado. És tu que danças... Pela noite dentro e pela vida fora.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

"...escrever..."

Não me apetece escrever. Não me apetece mostrar ao mundo aquilo que vai dentro de mim. Não quero mostrar os meus sonhos, planos e ambições. Não quero mostrar ao mundo os desejos que tenho para mim, para ti e para nós. Não sei... Não sei porque. Não me apetece falar ou escrever sobre planos que faço contigo e só contigo. Não me apetece explicar a ninguém o tanto que fazemos e o muito que falamos. Não vou contar a ninguém. A ninguém vou explicar aquilo que mais uma vez acordei a sentir. Não vou... não o farei. Os meus desejos, ambições, planos e recordações de ti e de nós, hoje guardo apenas para mim. No meu espaço interior coberto de amor e ternura e por aquilo que me fazes sentir.

sábado, 19 de dezembro de 2009

"nunca pela metade..."

Um grande amor faz-se de meios olhares, meias palavras, meios gestos mas nunca de amor pela metade...

"...em cada..."

Recolheria um parágrafo de todos os meus textos preferidos para te falar de amor. Falar-te-ia sem cessar. Por uma hora, por um só dia e para toda a vida. Em cada frase transpareceria a ternura,o carinho, a paixão e o desejo que tenho por ti. Em cada palavra eu arranjaria um momento em concreto para a poder eternizar. Recolheria cada frase e cada expressão e a levaria até ti. Tudo eu faria por ti.... por uma hora, por um só dia e para toda a vida, que será eterno enquanto durar...

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

"...todas tem..."

Não sei o que se passa comigo. Não sei o que sinto nesta hora. Sinto-me confuso... perdido e só. Não vejo isso como algo mau. Não vejo isso sequer como algo que me faça preocupar. Quero saber de ti... quero saber como foi o teu dia... perder-me no teu abraço e sussurar-te que não saias de lá nunca. Quero que saibas o quanto és para mim... quero que o mundo saiba. Mas na verdade não há uma só palavra forte o suficiente para tal. Em cada dia eu tento. Em cada dia eu busco e tento fazer-te sentir unica e especial. Se em algum dia por ventura isso não acontecer terei falhado a missão que me incumbi. Não pode passar um dia em que em algum momento, na expressão maxima dos meus sentimentos, te mostre o quanto és para mim. Não sei o que se passa comigo. Não sei o que sinto nesta hora. Sinto-me perdido e confuso. Não é uma coisa má. É apenas diferente. Hoje por momentos tive só com os meus pensamentos. Naquelas horas matinais senti-me gratificantemente bem. Senti os vários fragmentos de mim recomporem-se naquele momento. No meio de todos os meus fragmentos, por entre os grandes e os pequenos, havia um fragmento mais bonito, mais delicado, que parecia interligar os outros todos. Era um fragmento meu composto essencialmente pelos meus sentimentos sobre ti. Era a fibra mais recondita e funda de mim. Era aquilo que de mais bonito eu te posso desejar, era aquilo que de mais bonito me fazes sentir. Tu,só tu. E estou melhor... ainda que nao fosse uma sensaçao má. Acabou por desvanecer no meio deste texto. E as peças reunidas do meu eu, todas tem a tua marca.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

"...irias?"

"Hoje tenho vontade de escrever um texto por hora... irias lê-los todos?"

"...reflexo inato..."

Sou o reflexo daquilo que vejo e sou o reflexo daquilo que penso. Neste momento penso em ti. Serei um reflexo teu? Serei algo simples como o brilho do luar no qualquer lago ou rio? Será esse o meu reflexo? Serei eu realmente o reflexo daquilo que vejo? Nesta hora tardia apenas vejo o escuro do meu quarto e os olhos da minha imaginação. Onde estas? penso em ti...penso em algo que não consigo controlar. É humanamente impossivel. É desumano sequer tentar. Ainda estas ai? Ouve-me... quero que saibas tudo sobre mim. Quero que tenhas todas as peças em cima da mesa para podermos juntos montar e ordenar o jogo. Não quero despedir-me nunca... Jamais quero ir embora. Estou aqui enquanto quiseres que eu esteja. Não como um trapo que se atirar para o fundo do armário. Mas eu estou aqui... é so reflexo daquilo que vejo e o reflexo daquilo que penso. Se penso em ti... Tu és eu e eu o reflexo inato daquilo que me dás.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

"...e estou a..."

No teu texto não há sinal meu. No teu texto eu nao existo. Eu não sou uma elaborada figura de estilo. Não sou uma só palavra. Não há nada que fale de mim... Não sou uma frase. Não sou aquilo que um dia desejarei ser. Não sou uma elaborada analépse ou uma rigida prólepse. Não sou um facto. Não sou um simples suspiro de desabafo. Não sou uma altamente intrincada estória de amor. Não sou eu. No teu texto nao fala de mim. No teu pedaço de papel em branco eu sou apenas mais uma página por escrever. No teu texto não há sinal de alegadas e simples ideias sobre um ideal.No teu texto não falas de mim. Sou a linha que saltaste e a palavra que não queres usar. Sou eu, sou o tudo, sou o nada. No teu texto eu não sou nada. Não sou uma letra nem um simples sinal de pontuação. No teu texto eu não sou nada. No teu pensamento sentes-me. No teu pensamento reves-me. No teu pensamento eu sou um raio de sol numa manhã de inverno. No teu pensamento sou final de dia numa tarde de final de ano. No teu pensamento sou o amor que sempre quiseste ter. No teu pensamento somos um só. No teu pensamento somos aquilo que sempre desejamos. Mas este não é um texto teu. Este não é o teu pensamento. Este não é o som quase imperceptivel do teu sorriso. Este não é o teu pensamento sobre um alucinado beijo a alta velocidade. Este não é o teu triste pensamento no final de um dia, as saudades. Este é o meu texto. Este é o meu pensamento...e estou a pensar em ti.
"...porque te amo para além do amor!"

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

"Nego à partida várias ciências que desconheço..."

"...as vezes tambem..."

"Sentaram-se naquele banco de jardim. Vinham calados já há um bom bocado. Assim permanceram. O silencio assusta-me pensou ele. Pensou em quantas vezes tinha procurado um qualquer motivo para continuarem a falar. Não foi o caso de hoje. Ainda que se sentisse assustado deixou ficar o silencio. Não quis falar. Não quis procurar o corpo dela. Deixou-se ficar no seu espaço dentro do banco. Nunca aquele banco lhe pareceu tão grande. Nunca quis faze-la sentir distante mas a verdade é que hoje procurava isso inconscientemente. Deixou-se ficar calado. Deixou-se ficar. Sentiu-se assustado. Sentiu-se incomodado. Sentiu-se rebentar por dentro. Quis conter um ultimo suspiro. Fechou os olhos e deixou-se tombar no banco. As pessoas passavam e reparavam neles. Ela sentada no canto mais à direita do banco alheada dele, ele completamente tombado sobre o ombro e a cabeça pousada no banco. Sentiu-se infinitamente pequeno. A sua pequez fez-lo sentir-se... fez-lo sentir desvanecer. Deixou-se ir. Sentiu a respiração diminuir... os olhos focarem-se num clarao branco. Insipirou profundamente... o ultimo suspiro. E nesse suspiro morreu... O silêncio é de ouro e de mata... mas as vezes também mata..."

domingo, 6 de dezembro de 2009

" Agora já se sabe..."

Porque é que só quando falo de amor é que consigo escrever sem fim?Porque é que só abordado o mesmo tema a inspiração não cessa? Porque é que só procuro musicas tristes para fazer a minha escrita voar? Não é algo que eu consiga explicar...É algo que busco para entrar no estado mental em que a minha mente se liberta. Claro que no fundo consigo falar e escrever todos os temas. Mas quero mais. Quero abordar e tocar as pessoas. Fazer sentir aquilo como eu sinto... os meus sentimentos no extremo. Quero ser capaz de partilhar aquilo que sinto. Mas não quero ser repetitivo. Não quero ser monótono. Sou envolvido numa melancolia súbita. Algo que compreendo e que sei explicar. Tenho saudades... Tenho saudades tuas... e pronto... deixei escapar aquilo que tentei guardar e que tentei segredar. Agora já se sabe... Agora tu já sabes...

sábado, 5 de dezembro de 2009

Soneto de Fidelidade -

Vinicius de Moraes


De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

"se um dia..."

"Se um dia se acabarem as flores... terei sempre o Sol para te poder dar!"

domingo, 29 de novembro de 2009

"...atirado e trespassado..."

"Houve algo nele que o fez duvidar. Algo nele que o fez pôr em causa tudo o que tinha atingido até então. Sentia-se infimamente pequeno. Sentia o peso do mundo sobre a acção que tinha acabado de fazer. Vergou-se. Sentiu-se partir por dentro. Os dias passaram... as horas voavam... os meses nao se faziam sentir. A angustia que tinha dentro do seu peito incomodava. Apenas o vazio dentro dele. Sentou-se junto a uma janela. Viu o mundo como o do dia de hoje. Duvidou de si. Duvidou das suas capacidades. Quis que as flechas que lhe tinham atirado e trespassado o corpo curassem de vez as feridas..."

"... tu completas-me..."

"Tu completas-me..."

terça-feira, 24 de novembro de 2009

"... o silêncio..."

O silêncio não é o a solução. Precisamos de falar, dialogar, conversar noite fora! É a necessidade de ti que eu tenho. Posso até já ter visto e revisto este filme centenas de vezes. Tenho medo. É normal... Tenho no fundo o de mim o receio. O silêncio não é a solução. De tudo teremos que falar. Tudo o que for falado terá que bater certo. Não fiques assim... há algo superiormente interessante entre nós. Estás tão bonita esta noite. O céu está ao nosso alcance. Diz-me o que vai dentro de ti. Quero que saibas o efeito que tudo isto tem em mim. Aquilo que sinto nesta hora. As vezes sinto-me um estranho nesta cidade. Neste mundo. Sinto que me desloco a uma velocidade diferente das restantes pessoas. Diz-me o que vai dentro de ti. Nada quero deixar escapar. O silêncio não é a solução. Falemos como neste dia, falemos todas as noites. Não quero ser um estranho nesta cidade. Vou vaguear por umas horas. Procurar a definição do meu verdadeiro eu. Quero que me conheças bem. Tudo te quero contar sobre mim. Não me vou calar, porque o silêncio não é a solução. O silêncio não é o caminho.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

"Não há nada..."

Não há nada que eu não possa fazer. Nada que eu não possa realizar...O mundo é a minha casa. As arvorés conta-me histórias, as nuvens são o movimento constante que é desejado em tantas ocasiões. O céu é o limite. Queria ver o mundo pelos olhos de um pássaro. Olha-lo de bem alto. Guardar cada pormenor visivel, tentar guardar até os pormenores que ao primeiro olhar me escapassem. Vejo fotos de lugares remotos, leio relatos de viagens de uma vida. Vou lendo, vendo e sonhando...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

"... em marcha..."

"É estranho tudo aquilo que sinto. Não sei qual das personagens do jogo serei. Deixo-me levar e ser guiado como um peão ou arrisco ser lider como um Rei. Vejo-me reflectido num jogo de xadrez. Algo brilhantemente complexo para poder sequer dignar-me a explicar. Uma coisa é certa... As cartas estão lançadas. Os jogos de sedução estão em marcha..."

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

"Eu a convencer-te..."

Eu a convencer-te que gostas de mim,
Tu a convenceres-te que não é bem assim.
Eu a mostrar-te o meu lado mais puro,
Tu a argumentares os teus inevitáveis.
Eras tu a dançares em pleno dia,
E eu encostado como quem não vê.
Eras tu a falar para esconder a saudade,
E eu a esconder-me do que não se dizia.
Afinal...
Quebramos os dois
Desviando os olhos por sentir a verdade,
Juravas a certeza da mentira,
Mas sem queimar de mais,
Sem querer extingir o que já se sabia.
Eu fugia do toque como do cheiro,
Por saber que era o fim da roupa vestida,
Que inventara no meio do escuro onde estava,
Por ver o desespero na côr que trazias.
Afinal...
Quebramos os dois afinal.
Era eu a despir-te do que era pequeno,
Tu a puxar-me para um lado mais perto,
Onde se contam histórias que nos atam,
Ao silêncio dos lábios que nos mata.
Eras tu a ficar por não saberes partir,
E eu a rezar para que desaparecesses,
Era eu a rezar para que ficasses,
Tu a ficares enquanto saías.
Não nos tocamos enquanto saías,
Não nos tocamos enquanto saímos,
Não nos tocamos e vamos fugindo,
Porque quebramos como crianças.
É quase pecado que se deixa.
Quase pecado que se ignora.

Tiago Bettencourt

"...momentos e pessoas..."

Escuta... queres ouvir-me?Quero que ouças o bater do meu coração. Calmo e relaxado. Como supostamente eu deveria estar. Na verdade, o mundo gira de forma tão alucinante... caminhei na chuva por largos minutos. Adoro o seu som, adoro senti-la escorrer-me na cara. Fiquei a pensar em tempos passados, em rostos que num ponto ou em outro fizeram parte da minha vida. Historias de vida que por momentos estiveram ligados à minha. Realidades de diferentes realidades. Porções diferentes de pensamentos. Rostos antigos e memorias remotas. Muitos já bastante escondidos e modificados... Pessoas a quem por breves ou prolongados momentos eu conferi ou retirei confiança... Pergunto-me onde estarão agora... pergunto-me se se lembraram das mesmas coisa que eu... pergunto-me até porque é que isso interessa... na verdade... na verdade não sei. Sei que andei na chuva e conseguia ouvir o meu batimento cardiaco. Calmo e relaxado, e viajei a momentos e pessoas já passadas e e pessoas e momentos já gastos...

sábado, 14 de novembro de 2009

"se..."



Se... se todos os sentimentos fossem levados pelo vento da mesma maneira que esta areia. Continuo fascinado com a beleza que este mundo proporciona. Nos momentos mais improváveis. Se todos os sentimentos fossem levados pelo vento da mesma maneira que esta areia é levada, o que ficaria em nós? Não seremos todos poeira no universo de um outro alguém? Fui atacado por este pensamento no preciso momento em que fui varrido pelo vento. Não num sentido altamente figurativo mas na realidade. Senti que tinha que o registar. Se todos os sentimentos fossem levados pelo vento da mesma maneira que esta areia certamente ficaria o vazio em nós...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

"...ver-te realmente..."

- O que te faria realmente feliz? O que te levaria a sonhar de novo?
-Não sei bem responder a essa pergunta... espanta-me a sua simplicidade complexa. Não sei o que responder. O que me faria realmente feliz? O que me faria sonhar de novo? Sinceramente... não sei. O que me faria realmente feliz? Ver-te realmente feliz...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

"lembro-me..."

Lembro-me... lembro muito bem o que te disse nessa manhã... há um ano, há um século... há uma eternidade.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Não saber o que sente não é o mesmo que não sentir nada.

(Jason Gideon)

domingo, 1 de novembro de 2009

"...erradas."

"Tomou-a em seus braços.
Bem no calor do seu abraço ela sussurrou-lhe:
- Por onde tens andando toda a minha vida? _ ele abriu os olhos como que procurando ver a resposta em frente aos seu olhar, demorou-se a responder. Ela tornou a perguntar bem de mansinho:
- Onde tens andando durante toda a minha vida? _ ele respondeu. Respondeu quase automaticamente:
- Com todas as mulheres erradas."

"Sobrevivi..."

"Sobrevivi a esta noite... posso bem estar a ser derrotado enquanto o mundo gira bem depressa e apertado esta noite. "

Skunk Anansie

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

"...não passa de..."

Esta noite sonhei contigo... porque não vais embora simplesmente? Porque não partes e deixas a minha mente livre? Porque não libertas os meus cinco horizontes? Não sabes responder... porque na verdade não sabes que eu sonho contigo e que acordo completamente confuso. É frustrante... Esta noite sonhei contigo e acordei sozinho. Fiquei no escuro do meu quarto a olhar o infinito do escuro. Esta noite sonhei contigo e vinhas disposta a lutar por mim, por aquilo que acredito e por aquilo que seria nosso se acreditassemos. Porque vens desta maneira ridicularizar tudo aquilo que eu penso? Porque me vens dar a triste desilusão de que tudo é um sonho. Que tudo não passa de um produto da minha, tua ou de um outro alguém, imaginaçao. Sei que um dia brilharás, sei que um dia serás uma estrela, no céu estrelado de alguém. Mas não no meu... Esta noite sonhei contigo, ainda que ja tivesse saudades de o fazer, prefiro não o fazer. Prefiro acordar na manhã seguinte sem saber o que sonhei durante aquelas horas de sono.

sábado, 24 de outubro de 2009

"... estranha forma de vida"

Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha saudade
Foi por vontade de Deus
Que estranha forma de vida
Vive este meu coração
Vive de vida perdida
Quem lhe daria um condão
Que estranha forma de vida
Coração independente
Coração que eu não comando
Vive perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coração independente
Eu não te acompanho mais
Pára, deixa de bater
Se não sabes aonde vais
Por que teimas em correr?
Eu não te acompanho mais...

" Às vezes..."

"Às vezes não há palavras nem citações inteligentes para resumir o que aconteceu durante o dia. Às vezes faz-se tudo certo... tudo exactamente certo e ainda assim sente que falhou. Às vezes o dia apenas acaba. "

"...naquele final de tarde..."

Apressou-se a correr para a janela, viu o seu mundo desvanecer mesmo em frente aos seus olhos. Tudo era em tons cinza, a alegira que um dia tinha visto naquela mesma janela, não existia, desvanecia naquele final de tarde de Outubro. Baixou os olhos para o parapeito da janela e sentiu-se infinitamente pequeno. O peso da situação vergou-o. Passavam sete horas e quinze dias desde que ela tinha levado o seu amor embora. Era desconsolavelmente triste e vazio. Apressou-se a correr e ficou à janela... os planos que tinha desvaneciam-se naquele final de tarde Outubro.

"...dentro do meu peito..."

Todo eu sou duvida... todo eu sou indecisão. Não consigo decidir... e tenho medo daquilo que possa vir a perder devido a toda este marasmo cerebral do qual não consigo sair. A unica certeza que consigo ter... é que vou acabar por perder. Quero a força que outrora tive, quero a chama que me caracterizou. Quero ser o personagem na historia de um outro alguém. Quero arrancar de forma realmente violenta a dúvida que bate no meu peito. Não consigo estar seguro. Se em algum momento sinto o volátil consolo da certeza admito que não estarei a ponderar totalmente toda a situação. Detesto esta sensaçao que bate dentro do meu peito...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

" Fecha os olhos e deixa..."

"Fecha os olhos e deixa o teu espirito voar. Na musica e melodia desta noite e viverás como nunca viveste antes". Guardo-me dentro das trincheiras deste campo de batalha. Vim até aqui em perseguiçao dos meus desejos mais escondidos. Trouxe-me cá para poder apreciar cada momento. Sucumbirei de seguida renascerei em seguida das cinza qual fenix. Mais forte que anteriormente. Assim o espero.Torno a chamar os anjos, torno a necessitar da sua força. Sinto falta do vosso consolo. Da vossa força e energia. Ouçam-me... preciso de voces perto do chão. Preciso de ser levantado do chão, preciso de voar perto das estrelas e ser embalado no vento. Quero ir tocar àquela janela, bater de leve na persiana apenas para ver. Farei o meu caminho para a frente, dia após dia até ao fim dos meus tempos. Tenho saudades daquilo que um dia me fizeste sentir... " Fecha os olhos e deixa o teu espirito livre o suficiente para poder voar, na musica e melodia desta noite, e viverás como nunca viveste antes..."

domingo, 18 de outubro de 2009

"...os pacientes..."

" Bem-aventurados os pacientes, porque eles herdarão a Terra."

sábado, 17 de outubro de 2009

"... enquanto este continua a girar."

(clique na foto para aumentar - copyright Anita Harris)


Era um dia de Outuno mas o Sol brilhava. A temperatura era amena. Soprava vento moderado da costa. O suficiente para poder abanar as arvores. Pelo caminho iamos tentando adivinhar como estaria o mar. Chegamos aquele nosso sitio. É raro haver alguem por aquelas paragens. É perto o suficiente para nos arriscarmos a ir até lá e é longe e escondido o suficiente para poucas pessoas irem até lá. O vento mantinha-se e alisava a superficie da onda. Esticando-as para cima. Só estavamos nós. Entramos na água, estava relativamente morna. Mais quente do que na maioria dos dias de Verão. É sempre uma ansiedade até descer a primeira onda. A alegria de uma criança marca os nossos rostos. Aqueles momentos permitem-nos observar o mundo em redor. Para e observar cada pormenor da nossa curta estada. E foi nessa observação que vi algo que nunca tinha presenciado. Algo mistico até que só é possivel com uma conjugação de factores que tive a sorte de presenciar. É preciso que o Sol brilhe, é preciso que o mar cresça no minimo até a um metro e é preciso que o vento sopre forte da costa. Quem observa da praia apenas consegue ver a onda rebentar, nós que observavamos ao largo da costa viamos o vento a tocar a onda e provocar um arco-iris que saia da propria onda. Claro que de cada vez que isso acontecia eu tinha que ver e observar. Um fenómeno que não dura mais que uns escassos segundos. Sei que não é meu costume postar fotografias, sei que a fotografia não é minha, mas dá para entender bem aquilo que estou a falar. Só se apercebe quem pode parar no mundo enquanto este continua a girar.
Saimos da água cinco horas depois... exaustos mas de sorriso nos lábios.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

" Quando a escuridão se transforma em luz, tudo acaba nessa instante..."

sábado, 10 de outubro de 2009

"anos 90..."

Ter o mundo aos pés e ter medo de o empurrar... Ter calma e ponderção quando esta parece simplesmente desaparecer. Não correr mas andar. Ter tempo para observar cada pormenor deste mundo que nos rodeia. Seja o brilho da lua no rio, o céu vazio de estrelas, as arvores a abanar com o vento. O ritmo do mundo que nos rodeia é frenético. É por vezes incompreensivel o que torna necessario parar. Ter o mundo aos pés à espera que o empurrem, uma vida à frente que só nós podemos viver...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

"... tatuando tudo o que vejo..."

(...)

"Todo amor virou mal
Levando o meu mundo para o escuro
tatuando tudo o que vejo
o que sou
o que eu virei a ser
Eu sei que um dia tu terás uma vida maravilhosa,
eu sei que serás uma estrela
Mas no céu de um outro alguém
mas por quê?
Oh, por que não poderia
por que não poderia ser no meu?"

terça-feira, 6 de outubro de 2009

"...daqui a dez anos..."

Como me vejo daqui a dez anos? como estarei? Onde estarei? Há dias tive um sonho estranho. Não sei que distanciamento temporal teria mas, sonhei que era pai de uma menina. Apenas posso tentar adivinhar que idade teria. Devia ter dois anos. Sonhei que passeava num parque com ela. Era outono. Num parque da cidade. O seu sorriso lindo enquanto calcava as folhas caidas. Ela trazia vestido umas calças de ganga com alças e uma camisola cor de rosa. Tinha uma pele clarinha e uns olhos esverdeados. Passeamos a tarde toda naquele parque. Não cheguei a ver a mãe. Eu era apenas espectador de toda aquela cena. Fiquei fascinado com toda aquela cena. As suas mãozinhas enquanto acenava. Senti um amor incondicional pela aquela menina que sentia ser a minha menina. O mais estranho é eu nunca pensar nisso. Nem me passar sequer pela cabeça. Não sei que nome tinha. Sei que tinha uns olhos lindos, um sorriso simpatico, uma pele clarinha e cabelo escuro. Lembro-me da mãozinha dela atirar beijinhos...

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

"...quantas almas..."

Não sei quantas almas tenho. Não sei quantas caras terei. Sou um sem numero complexo de pensamentos e expressões. Não sou aquilo que procuram. Sou aquilo que encontram. Sou o ponto de encontro de todos os meus desejos. Não sei quanto espaço há em mim. Não sei quantas peças formaram o tão intrincado processo logico a que chamamos pensamentos. Não procuro o conforto do sono. Deixo as horas arrastarem-se pesadamente noite fora. As estrelas são memorias de dias passados. Cada uma provavelmente pode contar uma história por noites infinitas. Não sei quantas almas tenho. Não sei quantos sonhos tenho. Não sei quantas caras terei. Provavelmente consigo sorrir mesmo na tristeza. Consigo mentir falando a verdade. O vento vem como companhia mesmo na noite mais fria. Tento rever quase em filme o passado próximo. Tento acertar tudo. Nada ficará descabido. Nada ficará por explicar. Pode demorar, pode desvanecer mas nunca vai morrer...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

"quando o amor se torna veneno..."

O bem, o mal, a vida, a morte, amor, veneno...

Acordei, lavei a cara e olhei-me ao espelho
O tempo parou, mas eu por fora estou mais velho
E por dentro respiro fundo, deixo-me ir ao fundo
Conto pelos dedos as noites que já não durmo
Diz-me porquê tens tanta raiva por dentro
Converterei o teu ódio no mais profundo sentimento
Levarei os teus olhos a visitarem o meu interior
Dar-te-ei tudo o que tenho, em troca do teu amor
O calor e o reconforto do teu corpo que aquece o
meu
Que com os anos vai parecendo morto
E a inocência desvaneceu-se no bater dos ponteiros
do relógio
Pergunto-me a mim próprio
Guerra santa, fome tanta, religião profana
Não vês que o rumo da vida muda constantemente
Depende da opção tomada
Sê Homem e sofre as consequências dos teus actos
Ser-te-ão pagos na mesma moeda
Tudo aquilo que nos desejas terás o triplo dessa m****
Seja amor ou seja inveja
Afogam-se mágoas em canecas de cerveja
Situação ridícula, a vida é uma película
E nós os actores principais
E quando alguém morre não há duplos, são mortes
reais
Nunca mais voltará a ser como era
A não ser os corações que continuarão a ser de
pedra
A não ser as pessoas que continuarão a ser
hipócritas
E quando nada tiveres todos te voltarão as costas
Mas na solidão encontrarás a consciência
Procura dentro de ti porque cada um vai por si

Quando o amor se torna veneno e a vida muda
Mas as impurezas purificam-se com chuva
São mágoas afogadas em águas passadas
Pessoas íntimas tornam-se inimigas
E o vento leva a memória das nossas vidas
Como folhas já castanhas, que o sol ilumina
As nossas almas, só mais uns dias
Dias quentes são noites frias.

Será que estás satisfeito com a vida que vives?
Olha para dentro um momento e quebra limites
Pessoas felizes voam como pássaros livres
Momentos alegres fazem esquecer cicatrizes
Das punhaladas nas costas daqueles de quem mais
gostas
Da língua perversa que faz de ti assunto de
conversa
Cuidado com a inveja e os efeitos nefastos
Sobre quem a venera e manifesta
Apresenta perdão ao teu irmão, de pomba branca na
mão
Esquece o ego, cego, que enlouquece
E quando um rude golpe na alma a fizer rebentar
Quando já não tiveres mais lágrimas para chorar
O Amor cura, nunca caduca, o ódio fere
Existe a justiça solene, que resiste numa folha
perene
Que não desiste, que persiste, enquanto não alcances
não descanses
Pois nada será como dantes
Depois de buscas incessantes levaremos avante
O nosso barco a bom porto
Com o nosso suor, com o nosso sangue, o nosso povo
sairá triunfante
Não existe diferença entre carvão e diamante
Tudo aparece no tempo certo, Deus nunca esquece o
seu projecto
Sempre dará alimento, o universo conspira se for bom
o investimento
Se o fim for altruísta a meta estará à vista, quem
não arrisca, não petisca
Agora o egoísta que desista, nem insista à nossa
vista
Se o fim se justificar o meio vai-se proporcionar
Pode demorar, pode desvanecer, mas nunca vai morrer
Nunca digas nunca, pois quando sem dificuldade se
vence sem prazer se triunfa
Percebes?! É simples: faz as tuas preces, pedes e
verás que recebes
Mas com calma, porque uma vez não são vezes
Não dês com a língua nos dentes antes de fazeres o
que queres
Gastas energia com palavras e é só nos actos que
perdes

As impurezas purificam-se com chuva
São mágoas afogadas em águas passadas
Pessoas íntimas tornam-se inimigas
E o vento leva a memória das nossas vidas
Como folhas já castanhas, que o sol ilumina
As nossas almas, só mais uns dias
Dias quentes são noites frias

Amor, veneno, um sentimento extremo
O maior pesadelo é acordar todos os dias como se
fosse o mesmo
O medo faz-nos perder o horizonte dos nossos sonhos
Imbuído na dor tens de encontrar
Algo que verdadeiramente possas amar
Talvez um ritmo, talvez uma flor, talvez um filho
Talvez um sítio, uma sinfonia de violinos ou
simplesmente o brilho da lua no rio
Envenenado, sai purificado da montanha
A brilhar como o azevinho, como o orvalho da
madrugada
Sentimentos puros que se soltam
Como as últimas folhas de Outono levadas pelo vento
Mas elas voltam para te fazer brilhar na aurora da
história
Porque como cristais, os cisnes ainda permanecem
imaculados nos lábios da memória
Então aprendi, vivi o dia como se fosse o último
Senti a chuva como se fosse a última
Beijei a mulher como se fosse a única
O sofrimento numa guitarra, em dedilhado o nosso
fado
Faz chorar as pedras da calçada
A caminho de casa, um sentimento triste invade as
nossas almas
Pela falsidade envenenadas
Mas a verdade esconde-se por detrás das máscaras
A verdade esconde-se por trás das músicas
A verdade esconde-se por trás das túnicas
Que cobrem a face de belas escravas asiáticas
A beleza de poesias leva-te às falésias místicas
Onde o brilho do atlântico revela as vistas
paradisíacas
E onde o espírito da luz se move sobre a face das
águas límpidas
Respiro sons profundos
Envolvidos por bolhas de ar que libertadas de seres
aquáticos
Elas sobem à tona e emergem enviadas dos mais
complexos aquários
E nós não contemplamos, todos esperamos
Pelo dia em que a terra prometida vem
Pelo dia em que a paz vem
Mas isso é algo que vem todos os dias
Quando a lua nasce e quando o sol se põe

Quando o amor se torna veneno e a vida muda
Mas as impurezas purificam-se com chuva
São mágoas afogadas em águas passadas
Pessoas íntimas tornam-se inimigas
E o vento leva a memória das nossas vidas
Como folhas já castanhas, que o sol ilumina
As nossas almas, só mais uns dias
Dias quentes são noites frias

Real ou não real
Sentido e fatal, ao mesmo tempo
Amor, veneno, veneno, amor, veneno
É difícil ser lembrado mas é fácil ser esquecido
Amigo, inimigo, escondido o genocídio
O quinto elemento será a salvação das massas
Nas mãos erradas é uma faca com duas lâminas
Celibato mental contacto ou fenómeno psíquico
Mas a verdade é que ninguém sabe explicá-lo
Amor por vezes é comido pelo veneno
Onde um beijo se pode tornar no cunnilingus ou um
demónio
No Ódio, o homem esconde mil e uma facetas
Umas dentro de outras, como bonecas holandesas
Mau carma, confiança, amor, desconfiança
Sentimentos platónicos divididos como castas
O que separa o amor do medo
Violência debaixo do mesmo tecto sobre a barreira do
silêncio
Dedico estes versículos a todos filhos da p*** sem
testículos
Que transformam lágrimas de mulheres em gritos
Quando o amor se torna veneno a vida muda
E a semente do ódio é regada pela chuva

O amor parte de nós
Temos que começar a reflectir naquilo que damos
A reflectir naquilo que tiramos
E o nosso sonho...
O nosso sonho somos nós que o fazemos
A cada hora que passa
A cada dia que passa
É algo que pode estar presente
Em nós, a cada momento
Guardamos ressentimentos e ódio no nosso coração
Mas até mudarmos por dentro
Toda a gente na tua vida
Toda a gente na nossa vida
Há-de ir e há-de vir como o vento
A princesa das neves mais brancas
Também cria as nuvens mais cinzentas
E é ela que cria as tempestades mais frias e
gélidas
Quando o amor se torna veneno
A vida muda...

Dealema

sábado, 26 de setembro de 2009

"...quis..."

Quis ser levantado do chão para poder contemplar a obra divina do Criador. Quis voar alto o suficiente para poder tocar as nuvens. Quis mergulhar bem fundo no mar e ver os seus mundos escondidos. Quis respirar o ar quente do deserto e sentir o frio gélido dos glaciares. Quis planar nas correntes de ar quente. Quis sentar-me debaixo de uma arvore ancestral e repousar na sua sombra. Quis sentir as primeiras chuvas de Inverno lavarem-me o rosto empoeirado. Quis que o Verão trouxesse a fruta fresca. Quis ser o solo de um violino ecoado entre paredes velhas. Quis ser respiração ofegante e quis ser vento. Quis sentir a fé. Quis sentir a dor e a amargura. Quis chorar de aflição e sorrir de satisfação. Quis guardar uma gota de água numa folha. Quis sentir medo e quis sentir coragem. Quis ser ave migratória. Quis ser pó, cinza ou brasas. Quis sentir o desespero. Quis sentir a tranquilidade. Quis ser piquenique ao domingo. Quis ser o acordar pesado de uma segunda feira. Quis ser transito. Quis ser multidão. Quis ser solidão. Quis ser o meu recanto. Quis ser noite de luar e estrela no céu. Quis ser eclipse. Quis ser uma estrela cadente. Quis ser um sem-abrigo e quis ser rico. Quis ser o bater de asas suave de uma borboleta, quis ser o vento que puxa as folhas já castanhas das arvores. Quis ser vento ciclónico. Quis a paz. Quis a guerra. Quis ter a mente vazia e quis usufruir ao maximo deste pensamento de querer ser levantado do chão para poder contemplar a obra divina do Criador.

" Era como se todas as coisas fossem minhas..."

"Era como se todas as coisas fossem minhas, quanto mais te dava, mais tinha para te dar." Há algo superior que sinto nesta hora. Não sei bem em que contornos se desenha. É algo que não controlo. É superior. É uma sensação dificilmente reconfortante, como uma sede e não querer beber.Queria ser o dono de todas as coisas. Ao teu lado tudo é possivel... como são ridiculos e inutéis estes textos. É quase como um poço sem fundo onde apenas eu sei trepar. É confuso. É estranho e é diferente. Acredito que nem sequer faça sentido de todo. Um sem numero de ideias ataca-me ao mesmo tempo. Queria estar no tempo em que todas as coisas eram minhas e quanto mais te dava mais queria e teria para te dar. Não vamos queimar etapas. Não vamos saltar barreiras. O tempo é relativo. Vamos usa-lo o melhor que soubermos. Vamos po-lo a nosso favor e eventualmente chegaremos ao tempo em que as coisas são minhas e tudo te puderei dar. Não é muito... o meu amor, o meu carinho, os meus textos ridiculos e as minhas canções de amor. É pouco mas é o que de melhor te tenho para oferecer. São todas as minhas coisas que tenho para te dar.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

"... o ultimo pôr-do- Sol de Verão."

Não havia outro lugar no mundo onde eu gostaria de ter estado. Não consigo explicar o quanto foi espetacular. O ultimo por-do-sol de Verão. Visto daquela perspectiva. Visto daquela maneira. O esplendoroso espectáculo preparado daquela forma. Não consigo explicar ainda que de maneira simples o tente fazer. O céu estava pintado de forma que nenhum ser humano conseguiria idealizar, apenas reproduzir. As gaivotas agrupavam-se e voavam a baixa altitude. A praia estava deserta. Deixamo-nos ficar lá até já ser escuro. Calculamos à chegada quanto tempo de luz teriamos, não que isso fosse indicativo de coisa alguma. Senti-me priveligiado por naquela hora poder estar longe de tudo.Focado e concentrado. Naquela hora nada importa. Não havia outro lugar no mundo onde eu gostaria de ter estado que não lá naquele pico, naquela hora.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

"Se eu..."

(...)
"Se eu não morresse, nunca! E eternamente buscasse e conseguisse a perfeiçao das cousas!" (...)

Cesário Verde

sábado, 19 de setembro de 2009

"...maravilhoso material inutil."

Não quero escrever. Não quero mostrar o que tenho. Sorrio no fundo dos labios. Ainda nao sei bem o que sentir. É recente. É fresco. É como uma brisa. Não sentia nada de interessante para contar. Nada que merecesse sequer o estimulo de escrever. No entanto escrevo. Prendo um significado neste dia e nesta hora. Ainda que algo banal e completamente indiferente. Não ia escrever. Não tinha nada a contar. Não vou demonstrar aquilo que alegadamente, de bom se passa comigo. Não sei catalogar ainda. É cedo e pode até passar despercebido. Este texto é maravilhoso material inutil. Por isso não queria escrever.

sábado, 12 de setembro de 2009

"Eu nunca vi um animal selvagem sentir pena de si mesmo. Um pássaro cairá congelado e morto de um galho sem nunca ter sentido pena de si mesmo."

D. H. Lawrence

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

"não quero mais..."

Não quero mais querer-te. Não quero mais ser o amor na escuridão...

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

"...em paz."

Estou sozinho. A maré embala-me. Este momento sozinho faz-me sentir uno. Estou na água. Concentrado. Focado. A tarde vai-se esbatendo. A praia está a ficar deserta. O sol ajuda a todo este ambiente de paz. Viajei em sentido oeste durante uns minutos para chegar a este local. Um horário quase anti-social uma vez que quase todas as outras pessoas ja viajam em sentido contrario. Sentei-me na areia uns minutos. Fiquei a sentir o vento que vem da minha frente. Deixei as minhas coisas no carro. E entrei para a agua. Volto ao inicio deste pequeno pensamento. Sozinho a ser embalado pela maré. Tudo o que quer que me preocupasse neste momento deixará de ter importancia. Talvez umas horas mais tarde volte a ter importancia. Quero sentir-me assim. Quero sair da água algum tempo depois e ficar em paz.

domingo, 30 de agosto de 2009

"... chamo..."

Chamo todo os anjos. Preciso que estejam perto do chão. Que guiem e me cubram. Que me protejam. Que se manifestem no bater de asas de uma borboleta. Que se manifestem em cada florir. Que se manifestem em cada amanhecer. Chamo todos os anjos, chamo para que me ouçam nas suas nuvens. Chamo todos os anjos. Quero sentir a força do seu bater de asas como uma brisa de fim de tarde de Verão. Chamo todos os anjos. Chamo para que me ouçam, para que ouçam o que tenho para contar. Que me levantem nas suas asas majestosamente em direcçao aos céus para que eu possa ver o mundo com um olhar superior. Para que possa contemplar como eles a beleza de cada amanhecer. Para que os possa olhar nos olhos. Para que lhes possa tocar os rostos. Chamo todos os anjos para que me ouçam a cada hora, a cada dia, a cada semana, a cada mes e a cada ano. Chamo pela sua protecção. Chamo pelo seu conforto. Chamo todos os anjos preciso de vocês perto do chão...

domingo, 16 de agosto de 2009

"... nesse dia."

Acordou com dor de cabeça. Partilhava o estado de espirito do mundo. Chuvoso e frio. Abriu o estore e correu a cortina na ânsia de que um pouco da luz do dia o fizesse despertar daquele estado de banalidade a que se tinha votado. As árvores eram tocadas pelos primeiros ventos outonais e o castanho era o tom predominante numa mistura de cinzentos. Ficou sentado na cama a observar o que estava na sua frente. Em frente à janela. Apoiou os cotovelos nos joelhos e e enfiou a cabeça nas mãos. Por longos minutos pensou o que fazer. Demorou-se. Era um Domingo. Um Domingo como outro qualquer. A chuva fazia-se notar e lavava a janela do seu quarto bem como o resto da cidade. Um carro por outro apenas circulava nas ruas ja alagadas de agua. Levantou-se novamente e circulou pelo quarto na procurar exasperada por um sinal do que fazer. Deteve-se em frente ao espelho onde fotos de Verões passados ainda permaneciam coladas. Fotos de noites, fotos de fins de tarde, fotos de viagens. Fotos de tempos antigos. Fotos de pessoas e de tempos que não voltam mais. A chuva na janela aumentou de intensidade. Virou-se para o armario e escancarou as portas. Pensou o que devia vestir naquele dia. Agarrou numa das primeiras peças que lhe vieram à mão. Umas quaisquer calças de ganga e uma banal camisola preta. Saiu do quarto e deslocou-se para a entrada onde pegou num sobretudo preto e um cachecol. Partiu para a rua. Enquanto descia um sem fim de lances de escada. Ia-se interrogando a onde iria e o que iria ver, o que o tinha feito vestir-se naquelas horas matinais de domingo. Com a respiração um pouco mais acelerada devido a ter descido as escadas, fica na entrada do prédio onde morava, uma vez mais interrogando-se e observando a chuva que caia do lado de fora lavando vidros, passeios e carros. Nisto, respirando fundo como a ganhar coragem parte para a rua. O cinzento mantinha-se, o frio fazia sentir e a chuva insistia em cair, qualquer pessoa teria decerto rumado do quarto para a sala em frente a uma lareira ignorando o resto do mundo. Saiu para a rua e rapidamente sentiu as gotas de chuva tocarem-lhe a cabeça e aos poucos tambem o resto do corpo. A cidade estava praticamente deserta como ja tinha visto da sua janela para o mundo. Circulava do lado direito da rua por entre toldos e lojas fechadas. Só ele. Mais ninguém. Escutava o vento zumbir nas esquinas e as força das gotas nas poças e nas vitrines. Depressa o sobretudo se tornou uma ineficaz protecçao contra a chuva. Não queria voltar para casa. Continuo por ruas e avenidas sem pensar a onde o levariam.Sentia-se confuso. Sentia-se só. Horas antes miseravelmente só. Cada passada real correspondia a uma outro pensamento confuso. O vento fez-se sentir cada vez mais forte. Se houvesse alguem que o visse por certo diria que era maluco e que devia estar em casa e que muito provavelmente se ira constipar. A agua tudo leva. A chuva continuava no seu rosto. Sentia o mau humor matinal desvanecer-se nas gotas de chuva que lhe percorriam o casaco. Sentia a cabeça ficar mais leve. Aos poucos no seu rosto começou a notar-se uma ponta de sorriso.Na sua mente já não havia mais a confusão causada por eventos de dias anteriores e os retratos do espelho que o tinham tocado minutos antes, não passavam mesmo disso. Deteve-se numa praça ampla. E muito lentamente virou a cabeça para cima. Sorrindo e chorando a agua lavou-lhe o rosto. Estava encharcado. Agora sim sentiu-se bem. Sentiu-se como no fim de um banho de agua quente após um dia de trabalho. A chuva tivera o efeito catalisador nele. Estava longe de casa mas nao se importou. Agora sim tudo fazia sentido.Ainda que não soubesse bem como o resolver. Sentiu-se seguro e confiante. Olhou em redor e viu um café. Encaminhou-se para lá. Sentou-se numa mesa junto à janela. Entre os poucos clientes habituais ele foi olhando com indiferença. Não o incomodou. O empregado, um sujeito alto e fardado prontamente lhe perguntou o que se desejaria. " um café e uma torrada por favor" pediu enquanto tirava o casaco e o colocava na cadeira em frente à sua. Acomodou-se o melhor que pode na sua situação. O café era acolhedor. Decorado com velhas taças, cachecois e fotografias antigas. Rostos já marcados na historia. Pintado em tons vermelhos e castanho. Havia mais pessoas sozinhas nas mesas como tal a indiferença que lhe foi conferida aquando da entrada mantinha-se até então. Nada fez por mudar isso. Após uns minutos trouxeram-lhe o que tinha pedido. Agradeceu com um sorriso. Tomou o seu pequeno almoço enquanto se sentia hipnotizado pela chuva que caia la fora. Tomou o seu lanche demoradamente. Levantou-se para pagar. Quando abre a carteira uma fotografia cai no chão, depressa se baixou para a apanhar. Reconhecia aquele rosto. Reconhecia aquelas feições. A mundaça tinha sido demasiado recente para poder ter tirado todos os simbolos. Levantou-se lentamente e recolheu o troco. Saiu porta fora uma vez mais para o mundo. A chuva caiu o tempo todo. O vento soprava forte nas esquinas e mais forte ainda nas avenidas. Sentiu-se bem outra vez. Caminhou por mais umas horas e voltou para casa. Após um bom banho quente copiou a maioria dos mortais, tambem ele acendeu a lareira e foi-se sentar no parapeito da janela. A sua mente recuou uns anos. Queria falar, desperava pelo toque de um outro ser humano e pela sua compreensão. Anos antes esteve envolvido em com um alguem muito semelhante a ele. Por certo nesse dia de chuva a pessoa em questão tambem andaria as voltas na chuva e tambem teria parado num outro café. Os nomes pouco importam por agora. No seu diario estava marcado o dia em que tudo tinha começado e muito mais recentemente o dia em que tudo acabou. Tinham sido um casal bonito. Tinham-se completado num equilibrio em tudo salutar. Sentia-se exausto após o passeio e depressa adormeceu no sofá. Na sua mente os sonhos eram de ouro. Ele e ela num cenário totalmente real. Numa visita ao passado. Eles e os amigos deles. Numa grande história. A chuva caia la fora. E caiu pelo dia todo. A água tudo lava e tudo leva. E levou-lhe os sonhos maus nesse dia de outono. Por mais dias ele levantou-se e saiu para a chuva.

sábado, 15 de agosto de 2009

"... com imortal..."

Excerto de uma carta encontrada nos papeis escondidos nos confins deste mundo. Identifico-me muito com a forma como é dito.

"Olá minha querida!
Permite-me que te trate assim.
Já nos correspondemos ha um bom tempo. Inclusive já solicitei a permissão do teu pai para te poder escrever.
Nem sabes o quanto tempo para te dizer. Não imaginas o quanto penso em ti.
Quero poder chegar de mansinho e poder te amar. Ficar bem colado no teu leito e ver o mundo clarear. Quero que o mundo saiba o que és para mim. Quero poder sussurar-te bom dia com um sorriso a cada novo amanhecer. Quero criar rotinas contigo. Estou a despesperar de saudades tuas. Estou a milhares de horas de caminho de distância na direcção em que o sol nasce. Milhas e milhas longe de ti. Já nao funciono. Já nao raciocino direito. Já nao consigo deixar passar uma hora sequer em que eu não pense em ti. Estou longe. Sinto-me só.Só queria que soubesses... Esta não é como muitas outras cartas. Esta é sim um pedaço meu que desprendo para te entregar. Acredito, amor, que as cartas de amor são eternas. Mesmo aquelas que são rasgadas e atiradas em mil pedaços para o chão se eternizam. Cada palavra, cada rima, cada andamento por muito descabido que pareça vai ficar sempre la. Em espirito. Mas que tonteria... agora digo que as cartas tem espirito. Mas agora que reflicto mais profundamente penso que provavelmente, realmente terão. O espirito do amor. O toque de afrodite e o doce toque do cupido. Espero poder continuar-te a escrever. Se cada carta que eu te escrever leve um pedaço meu, em breve todo o meu eu estará ai.
Esta noite tive um sonho. Vi uma quinta num campo verdejante e tu estavas sentada numa cadeira de baloiço por debaixo de uma macieira. Devia ser altura de fruta porque a macieira estava carregadinha. Tinhas um belo vestido branco e uma flor no cabelo. É tudo o que consigo lembrar-me do sonho. Perdoa amor.
Não me estico mais nesta carta.
A esta hora a tua mãe já deve estar a requisitar a tua atenção.
Despeço-me como sempre, amor!

Teu com imortal amor..."